quarta-feira, agosto 16, 2006

Escrevo porque sim...

Actualmente escrevo porque me purifica a alma.
Sempre gostei de rabiscar, mas nunca fiz desses rabiscos algo sério.
Não tenho por hábito partilhar estas coisas, que são tão minhas.
Eu escrevo porque me seduz. Gosto de sentir o poder das letras, falta-me ainda alguma ginástica mental para articular todas as ideias que me invadem a mente e tornar mais bela esta escrita.
Como todo o bom rapaz que se preze, deixo muitas vezes as coisas inacabadas, começo sempre com muito garra, muita energia, mas acabo por deixar a poeira assentar, e entrego as letras ao desgaste.
Agora com este blog, tento ser diferente, tento pelo menos uma vez, manter-me no trilho certo.
Se vou no bom caminho, talvez, só o tempo dirá...

quinta-feira, agosto 10, 2006

Fogo

Fogo que ardes na alma dos apaixonados,
Fogo que incendeias mil e uma paixões,
Fogo que dás calor no inverno e que cozinhas a nossa comida,
Fogo que queimas florestas,

Fogo que dás uma carga de trabalhos aos bombeiros,
Fogo que és luz, combustão, pedaços de loucura,
Fogo que és chama que ardes dentro de nós,
Fogo que és a brasa que desperta uma melodia singular,
Fogo que és tudo e por vezes nada pareces ser.

segunda-feira, agosto 07, 2006

O Sorriso

Aquele sorriso, iluminava todo o recinto da festa.
Talvez nem fosses a mais bonita, talvez nem fosses a mais perfeita, mas naquele momento, em que as luzes incidiam sobre ti, eras a que estava em destaque.
Vestias de maneira sóbria, como uma pequena senhora, irradiavas felicidade, será que naquele instante a luz que se via, era o grito de alegria de tua alma num raro episódio de incrivel beleza.
Por fim a tua mãe pegou-te ao colo, como quem dá aconhego à sua menininha, colocou-te ternurosamente em seus ombros e foi embora, a hora avançada dizia meigamente, tens que ir nanar.

Não tinhas mais que uns dois anitos, mas já tinhas tido o teu momento de glória, para o ano há mais festa, pensei eu, e para o ano, se eu for, quem sabe não te veja lá, mais crescidita, muito mais senhora e com o dobro do brilho.

quinta-feira, julho 20, 2006

Se eu pudesse...

Se eu pudesse dedilhava com carinho uns acordes musicais, cantarolava uma letra sem sentido, só para a ver sorrir, esse sorriso, inundaria a minha alma, dando-lhe cor.

A música contagia a alma, enriquece-a com ritmos e sabedorias, acalma-a, inquieta-a quando a transição é mais acelerada. A música é vida, é o rio que transborda de sentimentos, é a loucura sã para ser vivida.
A música sou eu e és tu, somos nós e são eles, a música é tudo, sem ela não somos praticamente nada...

segunda-feira, julho 17, 2006

A vida ...

A vida tal como ela é, não se empresta, não se vende, sente-se, partilha-se com ela emoções, angústias e acasos, meros episódios de um quotidiano simples ou complexo, depende apenas da interpretação de cada ser humano.

A vida tal como ela é, deve ser vivida a cada instante, fazer dela, uma memória rica, um folhear intenso de cada capitulo, ela tem de ser como um livro, que obrigue o seu leitor a permanecer colado ao seu enredo, ávido e desejoso de informação, obrigar à sua permanência, fluir a alma e o corpo num só, inundar de lágrimas e pincelar de sorrisos cada momento...

sexta-feira, outubro 21, 2005

E mai nada...

Solto umas palavras
para embalar o teu soninho
dedilho nestas cordas
parte do teu caminho

Numa velha viola
um destino bem vivido
o teu sonho parece real
e ao mesmo tempo atrevido

Em inumeros sobressaltos
grandes infelicidades
nestas gastas cordas
fervilham as saudades

Noutros tempos trovador
agora mero mortal
continuo um sonhador
neste fatela Portugal.

©2005 FMiranda

P.S.-> Não é que valha grande coisa, mas é meu lolol

segunda-feira, junho 13, 2005

Livre ...

Entrara num ciclo, como que num corrupio electrizante, ritual sombrio e futurista.
Era apenas ela, a morena.
Perdida no seu metro e sessenta, e picos, pisava a calçada leve como uma pena, num gingar sensual. Uma melodia eterna que suavemente percorria todos os meus pensamentos.
Era ela. O combustível do meu ser. Por ela, sentia-me vivo. E contudo, por medo, nunca tinha tido a coragem de dizer-lhe olá.Conhecia todos os seus gostos e manias.
Era eu, no talho, que lhe preparava a carne, numa contida e tímida sedução. Com o facalhão dilacerava cada milímetro de gordura e galgava triunfante, a encosta burguesa que nos dividia. Depois de aviada, eu esperava como um miúdo pelo seu doce. A oportunidade de sentir-me outra vez vivo, respirando aquele odor que despertava em mim o instinto mais perverso…
Qual animal enclausurado anos a fio, só queria sentir, nem que fosse uma única vez, aquela mulher nos meus braços. Queria ter algo meu. Mesmo que por breves e efémeros instantes. Mas que para mim, durariam para o resto da vida.
Mais tarde, acordo enfiado entre quatro paredes frias. Por instantes sinto-me alguém e apesar de meu corpo estar preso, a minha mente, essa, nunca ninguém a irá condenar. Viverá para sempre livre.

segunda-feira, junho 06, 2005

Preso por ter cão e por não ter

A mulher, "bicho" com neuras, teimas, sentimentos a fervilhar, e sempre, mas sempre com as suas dúvidas...
Decerto já vos aconteceu, sem mais nem menos, o dilema da resposta errada, é que um simples grunir, abanar a cabeça, encolher os ombros, não serve na hora da dita angústia.
- Querido, fica-me bem esta roupa, ou preferes aquele conjunto azul?!?
O ponto fulcral da questão, a imensidão de respostas erradas que percorrem os nossos cérebros:
"E agora, o que faço?!? Se digo o conjunto azul, aquele olhar fulminante derrota-me como quem foi para a guerra desarmado, se não falo desse azulado estado inquietante, corro o risco de, tal matraquilho, servir de alvo, para uma apontaria enganosa, sim, por vezes, sem saber como, elas acertam".

É por estas e por outras, que deviamos voltar a andar com a parra a tapar o que nos diferencia, e mesmo assim, não sei se estariamos imunes a certas questões!!!

Tenho dito...

Atenção

E vai começar ...